O holísmo e a ética

Artigo O holísmo e a ética


O holísmo (o todo) pautará os princípios da sociedade: moral e ética. Moral (do latim mores, costumes), diz respeito ao conjunto de valores baseados nos bons costumes. Ética (do grego ethos, ser) é o conjunto de princípios e ideais de conduta individual, que dizem respeito à forma de procedimento, fundamentados na consciência, na afetividade, na empatia, na honestidade e na justiça. Contrapõem-se a tudo que represente a corrupção.

Abraçar a vida como fundamento ético número um  é colocar o interesse num sistema vivo de enorme complexidade – perceber que o reino da vida abrange tudo o que existe, desde os nêutrons até os quasares, do pó do fundo do mar às galáxias mais longínquas, desde as pedras até os pensamentos mais singelos – toda expressão, todo movimento, toda dança (do movimento da folha aos círculos elípticos dos astros) – tudo é uma linguagem, uma expressão viva!

A ideia fundamental de BEM ÉTICO é, portanto, todo ato, toda ação ou omissão que preserve a vida, que a favoreça, que a conduza ao patamar mais elevado. E tudo o que aniquila a vida, a diminui, a massacra, a despreza, ou a ignora, impede seu florescimento e plena expressão, é anti-ético!

Proponho que o indivíduo se vincule intimamente com a sacralidade da vida, experimentando a vinculação cosmobiológica, a antiga familiaridade com as pedras, com os pássaros, com o sol, com o mar, com o vento e com as plantas. E com seus irmãos humanos. Se age a partir do biocentrismo, o homem se torna automaticamente um pedagogo, um amante, um artista e um poeta. Que espero se erga e se espalhe para nunca mais se quebrar, e que se torne um oceano de vida, de paz, de amor. Para homens assim, não será mais preciso ensinar o que é ecologia, o que é ética, o que é amor!

Acredito que a consciência ética não é uma manifestação intelectual, nem das funções lógicas: a afetividade é a inteligência biocósmica, e desta emerge naturalmente, irremediavelmente, a postura ética, a percepção diferente, a atitude de valorização da vida, de toda forma de vida.

Portanto, o holísmo fará homens “naturais”, harmonizados em seus elementos terra, água, fogo e ar. O homem, como parte da natureza, depende de seus recursos naturais, como alimento e proteção, e das transformações de tudo que nela existe. Quando ele não respeita a natureza como fonte de sua sobrevivência e de seus semelhantes, através da consciência ética, pela aplicação de sua inteligência e sabedoria, condena todos à destruição.

O holísmo fará com que adentremos no mundo místico, silencioso e invisível, onde está a sabedoria e o conhecimento.

Aprendi que os caminhos da vida sempre apontam para a direção certa. A dificuldade reside na escolha dos mais diversos caminhos que se colocam diante de nós. Quando uma porta se fecha, no mínimo abre-se uma janela, ou melhor, várias janelas. Sinto que falta entendimento para enxergar estas aberturas, e saber em qual “janela” podemos encontrar a saída para nossos desafios. Quantas vezes nossa intuição insiste em revelar algo importante; quantos vezes nossos sonhos, inequivocamente, tentam responder nossas dúvidas? Quantas vezes recorremos à oração, aos rituais, à meditação ou a um esforço  sobrenatural para conquistar nossos objetivos, obter a cura ou se livrar de energias negativas prejudiciais a nós e ao ambiente? Quantas vezes recebemos “estalos” ou verdadeiros “cutucos” como quem diz: “acorda” ou faça isso ou aquilo. As indagações são muitas, as dúvidas ainda maiores e a grande pergunta passa a ser: – O quê fazer?

A busca pelas respostas motivou-me, através do conhecimento, a uma melhor compreensão do mundo. Passei, então, a ler e enxergar dentro do contexto holístico.

Descobri que sou o próprio universo dotado de espírito e mente, sendo, portanto, um ser holístico, um mero fragmento deste imenso universo, mas contendo todo o universo, em sua complexidade e esplendor, dentro de mim. Diante desta descoberta, a questão passava a ser: como construir um ser total? A resposta foi imediata. Veio a mente a palavra KOKHAMHÁ, SABEDORIA como essência. Passei a difundir esta palavra junto as milhares de pessoas que assistiam minhas palestras, e passei a adotá-la, como disse, na Universidade de Líderes Juventude Sem Fronteiras.

Intuitivamente, passei a agregar temas novos e interessantes movido pela necessidade de ajudar as pessoas a buscar um equilíbrio energético, sobretudo, o equilíbrio da alma. Como acredito em sincronia e em que nada acontece por acaso, passei a fazer cursos e a receber convites para assistir conferências sobre temas que jamais imaginava estudar. Eles caíam aos meus pés como os pingos de chuva. Onde meu coração apontava, lá eu estava. Onde estava o Mestre, lá estava o Discípulo. Percorri alguns países e vários estados brasileiros. Estudei, pratiquei e vivenciei  todo tipo de conhecimento que julgava importante para a minha formação, meu auto-descobrimento e a minha decisão de ser um ser holístico. Aos poucos descobri que o KOKHMAHÁ estava se tornando uma filosofia de vida. Daí, então, passei a difundi-lo ainda mais. São apenas alguns princípios genéricos ligados a valores ecológicos e individuais de largo consenso e à liberdade de expressão. Entendo que todas as coisas estão interligadas, como afirma o Cacique Seattle, como o sangue que une uma família.

O holismo é a integração total de um ser, a harmonização, a homeostase, o equilíbrio. Em nossa visão ocidental, costumamos nos sentir como partes separadas, ou seja, somos corpo, somos mente, somos sentimentos, somos emoções, somos alma, somos espírito, como se tudo fosse coisa desagrupada. Há muito, os orientais possuem uma visão diferente. Na visão oriental, o homem – como ser supremo, é um todo, um todo indivisível, é a união e o agrupamento de todo o seu ser.

O homem, como ser holístico, é o universo em si. É um ser que se integra, um ser que se entrega ao mundo como um todo. Como dizia Albert Einstein: “O ser humano vivencia a si mesmo, seus pensamentos, como algo separado do resto do universo – numa espécie de ilusão de ótica de sua consciência. E essa ilusão é uma espécie de prisão que nos restringe a nossos desejos pessoais, conceitos e ao afeto por pessoas mais próximas”.

De agora em diante, com KOKHMAHÁ,  nossa principal tarefa é DIFUNDIR A sabedoria.

 

Este artigo é parte do livro Kokhmahá Sabedoria, mensagens que elevam, de Giovani Cherini.

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