A novela do relatório do deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB-SP) que propõe mudanças no Código Florestal está longe de chegar ao fim. Além dos ruralistas e ambientalistas, os cientistas entraram de novo no jogo. A Sociedade Brasileira para o Avanço da Ciência (SBPC) e a Academia Brasileira de Ciências (ABC) entregaram aos senadores a sua manifestação mais dura contra o projeto. Chegaram a taxar certas partes de “inconstitucional” e “injustificado”. O documento, assinado por 18 cientistas, entre eles Carlos Nobre, secretário de Pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, e Tatiana Sá, ex-diretora-executiva da Embrapa.
Manifestações nos dois lados
A entrega do documento gerou manifestações nos dois lados, entre ambientalistas e ruralistas. “Tanto a SBPC quanto a ABC já se manifestaram com veemência contra o relatório do deputado Aldo Rebelo”, comentou o deputado federal Fernando Marroni (PT), um dos cinco gaúchos a votar contra o relatório. Segundo ele, o documento mostra que os debates já saíram da esfera política e vai “fortalecer a posição da presidente Dilma Rousseff (PT) contra as reformas no Código Florestal”. Do outro lado, o deputado federal Alceu Moreira (PMDB) pediu respeito. “É preciso que se respeite quando é um estudo científico e não algo ideológico feito por um ambientaloide”, provocou. Mas, segundo ele, é preciso escolher entre um “país real” e um “capricho do capital internacional e de ambientalistas”. Entre as duas trincheiras, está o presidente da Comissão de Meio Ambiente, deputado federal Giovani Cherini (PDT), que acredita que o documento entregue aos senadores “tende só para um lado”, numa questão que só será resolvida com equilíbrio. “O Brasil precisa das duas coisas, produzir e preservar. Sempre é ou muito para o lado dos ambientalistas ou para o lado dos ruralistas.”
Ficha limpa
A Controladoria-Geral da União quer usar os mesmos critérios da lei da ficha limpa para os cargos de confiança (CCs) do Executivo. O órgão enviou uma minuta de decreto para a Casa Civil para estender os efeitos da lei. Se a presidente Dilma acatar, ninguém com condenação judicial na segunda instância poderá ser nomeado para um cargo de confiança. O deputado federal Eliseu Padilha, do PMDB, que foi presidente da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara dos Deputados na época da aprovação da ficha limpa, aprovou a ideia. “Cargo de confiança só pode receber esse nome se quem for nomeado merecer a confiança de quem nomeia. E a lei é um bom parâmetro para isso”, afirmou o parlamentar.
Curta
Será mantida, por sugestão do próprio ministro Mendes Ribeiro (PMDB), o café da manhã que o ex-ministro Odacir Klein, presidente da União Brasileira de Biodiesel (Ubrabio), programou com o ministro da Agricultura, tendo como convidados a diretoria da Organização das Cooperativas Brasileiras e lideranças da cadeia produtiva nacional. Odacir Klein reafirmou que, no encontro, será feita uma apresentação do setor ao ministro em exercício, Jose Carlos Vaz. |