Cooperação, o Rio Grande acima das diferenças será o lema da gestão do deputado Giovani Cherini (PDT) na presidência da Assembleia Legislativa (AL). Ao assumir a chefia do Poder Legislativo do Estado no próximo dia 30 de janeiro, às 9 horas, o parlamentar irá desenvolver um projeto que pretende contribuir para a superação dos antagonismos que marcam a política gaúcha. Para o pedetista, é preciso suplantar a dualidade da sociedade do RS, a fim de buscar o crescimento do Estado. “A maioria, quando é gremista, é anticolorada, e vice-versa. E isso acontece na política. Aquele que perde fica ‘anti’ aquele que ganhou. E passamos quatro anos assim. Perdemos a Ford por causa disso. Foi um fato emblemático. Eu, que tenho uma prática de busca de harmonia, tenho que tentar modificar esta realidade. E a palavra que vem fortemente neste sentido é: cooperação”, explica Cherini.

Associativismo

O futuro presidente da AL afirma que irá valorizar o associativismo, a solidariedade e a responsabilidade social das empresas. Ele lembra que o RS tem forte tradição de cooperativismo e cita os CTGs como exemplo de associativismo que os gaúchos “exportam” para o mundo inteiro. Conforme Cherini, até mesmo um país – a Guiana – buscou subsídios no Estado para a implementação de projeto cooperativista em seu território. “Se conseguirmos fazer com que melhore esse processo de interação e cooperação dentro das empresas, das cooperativas, já conseguiremos muito”, projeta.

Cidadãos felizes

Cherini ressalta que não há como se fazer cooperação de forma unilateral e autoritária, mas sim de maneira construída e coletivamente. “Ou conta com a boa vontade das pessoas, ou não há cooperação. Tem que ser com boa vontade, solidariedade, fraternidade e com amizade cívica”, assinala. O deputado salienta que o maior desafio de sua atuação parlamentar é construir uma sociedade mais feliz e harmoniosa. “Construir um prédio é fácil. Construir a felicidade dos cidadãos é muito mais difícil. Gentileza, cooperação e fraternidade geram uma sociedade mais feliz”, avalia Cherini.

Transparência e comunicação

Na sua gestão, o pedetista vai manter e avançar a política de transparência do Poder Legislativo e defender que todos os órgãos que recebem recursos públicos também publiquem suas informações na internet. “A AL não tem segredo. Todos os poderes têm que publicar suas informações na internet, inclusive os salários. Se saiu um centavo do caixa público, tem que dizer para quem foi”, sustenta o parlamentar. A construção de um prédio permanente da AL no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio, é outra meta prioritária de Cherini. A idéia é manter a estrutura – que será chamada de “Casa da Cooperação da AL” – funcionando o ano todo, e não somente durante a Expointer. Nos planos do futuro presidente da AL consta ainda a ampliação da capacidade de comunicação da Casa. Para tanto, o objetivo é tornar abertos para todos os gaúchos os sinais da Rádio e da TV Assembeia.

Trajetória

Nascido em 23 de junho de 1960, no então distrito de Soledade – atual município de Mormaço, Giovani Cherini está em seu quarto mandato parlamentar. Filho de pequenos agricultores, fez o curso superior em Tecnologia Agronômica, modalidade cooperativismo, na Unijuí. Depois, cursou pós-graduação em Israel e na França. Sempre ligado ao cooperativismo, Cherini trabalhou na Cotrijal em Não-Me-Toque, na Coagrisol em Soledade, e na Cotrisal em Sarandi, de onde saiu para comandar o Sindicato dos Trabalhares Rurais de Soledade, que presidiu por 6 anos. Ainda hoje é sócio de cinco cooperativas.

Em 1989, filiou-se ao PDT. No ano seguinte, disputou uma cadeira no Legislativo estadual pela primeira vez. Apesar de não ter obtido número de votos suficiente para se eleger, Cherini não desistiu do sonho de infância e, depois concorrer à prefeitura de Soledade, elegeu-se deputado estadual em 1994, com 19 mil votos. A partir daí o seu número de eleitores só cresceu. Em 98, foram 39 mil votos. Em 2002, 55 mil, e em 2006, quase 65 mil votos. Este deve ser o último ano de Cherini na AL, pois a meta agora é disputar uma cadeira na Câmara Federal.