O deputado Giovani Cherini (PDT-RS) prestou, nesta terça-feira, 20 de setembro, uma homenagem especial ao povo gaúcho pelos 176 anos da Revolução Farroupilha no Plenário da Câmara dos Deputados.
“Embora desejasse estar participando agora, junto aos meus companheiros, da tradicional cavalgada pelas ruas de Soledade, minha cidade, em comemoração à Revolução Farroupilha, decidi cumprir meu dever, comparecendo a este Plenário em trajes tradicionais para representar, com meu gesto, o orgulho gaúcho e o inestimável valor da liberdade para a nossa gente”, afirmou o parlamentar, em discurso emocionado, durante o qual apresentou, aos parlamentares, a coleção de símbolos do Rio Grande do Sul.
Na oportunidade, Cherini chamou a atenção dos colegas do Parlamento para a importância histórica do movimento popular, que buscava maior autonomia e liberdade da então Província de São Pedro do Rio Grande do Sul em relação ao poder centralizador do Império Brasileiro, que resultou na instalação da República Rio-Grandense, cuja capital era a cidade de Piratini.
“Naquela época, os ideais separatistas, ideais liberais, federalistas e republicanos ganharam força entre os gaúchos, para quem esse era o melhor caminho para a paz e a prosperidade”, assinalou o pedetista em seu pronunciamento.
Entre os fatores determinantes da chamada Guerra dos Farrapos (1835-1845), figuram a cobrança impostos escorchantes sobre o gado em pé e sobre a arroba de charque, principais produtos da Província do Rio Grande, assim como a negativa de pagamento de indenizações de guerra (contra a Província Cisplatina), conflito que asseguraria, depois, os limites territoriais do Brasil com o Uruguai. Para agravar a situação, São Paulo e Rio de Janeiro preferiam adquirir o charque uruguaio ou argentino (mais barato) do que o gaúcho.
Outra causa da revolução, segundo Cherini, seria a forte reação dos estanceiros rio-grandenses, entre eles, os majores José Mariano e João Manuel de Lima e Silva, contra a criação da Sociedade Militar, no Rio de Janeiro. Embora a revolta inicial tenha sido contida, o movimento ganhou impulso, até que no dia 20 de setembro de 1835, Gomes Jardim e Onofre Pires, acompanhados de um grupo armado, entram em Porto Alegre pela Ponte da Azenha, instalando a República Rio-Grandense.
Ao receber, em 8 de janeiro último, o título de Conselheiro Honorário do Movimento Tradicionalista Gaúcho (MTG) – durante o 58º Congresso Tradicionalista, em Nova Petrópolis – Giovani Cherini destacou que a distinção muito o orgulha “porque o MTG é um dos maiores movimentos culturais, senão o maior, do mundo, pois congrega atualmente mais de 1.400 Centros de Tradições Gaúchas (CTG), que se espalham pelo globo terrestre”.
Ao convidar todos os presentes a conhecer melhor o Rio Grande do Sul, Cherini concluiu seu discurso cantando o hino Rio-Grandense. “Mas não basta, para ser livre, ser forte, aguerrido e bravo; Povo que não tem virtude, acaba por ser escravo”. |