Cherini


 
Pronunciamentos - Discursos Proferidos em Plenário
 

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Orador: GIOVANI CHERINI, PDT-RS
Data: 20/09/2011
 

O SR. GIOVANI CHERINI (PDT-RS. Pela ordem. Sem revisão do orador.) - Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, hoje, dia 20 de setembro, com muito orgulho, nós gaúchos comemoramos o Dia da Revolução Farroupilha, uma luta dos gaúchos que completa 176 anos de história. 

Hoje, o Rio Grande do Sul, nos CTGs (Centros de Tradição Gaúcha) e nos seus Piquetes, comemora toda a sua história de colonização, de avanço pelo Brasil, de apoio às grandes políticas agrícolas brasileiras. 

Eu terei, mais tarde, 5 minutos para falar mais profundamente sobre a importância do dia do gaúcho, do Dia da Revolução Farrapa para a história brasileira e especialmente para nós, que temos orgulho de ser gaúchos e brasileiros. Em seguida vamos ter...

(O microfone é desligado.)

PRONUNCIAMENTO ENCAMINHADO PELO ORADOR


Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, as comemorações da Revolução Farroupilha, o mais longo e um dos mais significativos movimentos de revoltas civis brasileiros, envolvendo em suas lutas os mais diversos segmentos sociais, relembra a Guerra dos Farrapos contra o Império, de 1835 a 1845. 

O marco inicial ocorreu no amanhecer de 20 de setembro de 1835. Naquele dia, liderando homens armados, Gomes Jardim e Onofre Pires entraram em Porto Alegre pela Ponte da Azenha.

A data e o fato ficaram registrados na história dos sul-rio-grandenses como o início da Revolução Farroupilha. Nesse movimento revolucionário, que teve duração de cerca de 10 anos e mostrava como pano de fundo os ideais liberais, federalistas e republicanos, foi proclamada a República Rio-Grandense, instalando-se na cidade de Piratini a sua Capital.

A Semana Farroupilha deste ano tem como tema Nossas Raízes e envolve praticamente todos os gaúchos do Rio Grande do Sul. Não existe um só Município do Rio Grande - e olha que temos 497 Municípios - que não pare durante a Semana Farroupilha para cultuar a nossa bela tradição. E não são somente os tradicionalistas, CTGs e Piquetes que se envolvem nas festividades. As escolas, instituições, entidades, ordens, empresas (até mesmo multinacionais) também aderem aos festejos. 

A verdade é que as comemorações da Revolução Farroupilha reascendem o orgulho gaúcho. Passados 176 anos, o nosso território reafirma com júbilo e glória esse movimento épico. Por isso a minha decisão de homenagear a história rio-grandense. É como dar vida ao passado e realçar os ideais farroupilhas.
Hoje eu deveria estar desfilando a cavalo, como sempre faço na minha querida Soledade. No entanto, o dever me chama. Mas, mesmo a distância, quero saudar os meus irmãos que, mesmo abaixo de chuva, pois chove em todo o Rio Grande, neste 20 de setembro, saem às ruas, em todas as cidades gaúchas, para levar as cores da nossa bandeira nos desfiles cavalarianos.

A Semana Farroupilha surgiu da iniciativa de um grupo de estudantes, liderados a época por João Carlos D'Ávila Paixão Côrtes, em Porto Alegre, no ano de 1947, para resgatar o patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul. Foi criado um Centro de Tradições Gaúchas ligado ao Grêmio Estudantil da Escola Júlio de Castilhos, que programou o evento cívico Ronda Crioula, termo do linguajar campeiro oriundo das vigílias noturnas que os peões faziam quando tropeavam o gado. À meia-noite de 7 de setembro de 1947, em um ato solene, antes de se extinguir o fogo simbólico da Semana da Pátria, uma centelha foi retirada para dar vida à Ronda Crioula, em exaltação às nossas tradições e à memória farroupilha.

Esse ritual se repete todos os anos, e dele também se originaram as inúmeras manifestações culturais que imortalizam o espírito farroupilha, como é o caso do Acampamento Farroupilha, que se realiza no Parque da Harmonia, em Porto Alegre. Esse acampamento torna-se uma verdadeira cidade temática. E é tão importante que foi tombado no nosso Estado, através de uma lei de minha autoria, como patrimônio histórico-cultural do Rio Grande do Sul.

Mas não é só na Capital gaúcha que essas verdadeiras cidades temáticas são montadas. Os gaúchos espalhados por todo o planeta se reúnem em acampamentos ou em Centros de Tradições Gaúchas para reviver os costumes, a tradição e o autêntico espírito gaúcho. Onde vive um gaúcho neste mundo de meu Deus, ele também está comemorando a Semana Farroupilha com o mesmo orgulho e respeito.

É importante salientar que essa organização se deve em muito ao Movimento Tradicionalista Gaúcho - MTG, agora dirigido pelo meu amigo Erival Bertolini.

Milhares de Centros de Tradições Gaúchas espalhados pelo Rio Grande, pelo Brasil e no mundo cultuam e preservam a nossa memória histórica.

Para minha alegria, sou Conselheiro Honorário do MTG, título recebido no dia 8 de janeiro deste ano, durante o 58º Congresso Tradicionalista, em Nova Petrópolis. Isso muito me orgulha, porque o MTG é um dos maiores movimentos culturais - se não o maior - do mundo, já que congrega mais de 1.400 entidades tradicionalistas legalmente constituídas, conhecidas por Centros de Tradições Gaúchas, espalhados no globo terrestre.

Com o intuito de demonstrar a todos os brasileiros a grandiosidade da história cultural que está imbuída no cerne do Movimento Tradicionalista Gaúcho - MTG fio que propus o Projeto de Lei nº 926, de 2011, que busca conferir a esse legítimo representante da cultura gaúcha o reconhecimento de Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil.

Também lancei, durante a Semana Farroupilha, com o apoio da Celulose Riograndense, AFOCEFE Sindicato e COOPNORE a Coleção Símbolos do Rio Grande do Sul, com os oitos símbolos oficiais, todos criados por lei. São eles: a árvore é a erva-mate (Lei 7.439/1980); a bebida é o chimarrão (Lei 11.929/03); a ave é o quero-quero (Lei 7.418/1980); a flor é o brinco-de-princesa (Decreto 38.400/98); o animal é o cavalo crioulo (Lei 11.826/02); a planta medicinal é a marcela (Lei 11.858/02); a escultura é a estátua do laçador (Lei 12.992); e o instrumento musical é a gaita (Lei nº 13.513).

Essa Coleção vem sendo atualizada e relançada a cada ano, servindo de instrumento de preservação da cultura gaúcha. Para minha alegria, dois símbolos da referida Coleção - o chimarrão e laçador - decorrem de leis de minha autoria na Assembleia Legislativa gaúcha.

Pela Semana Farroupilha, pela nossa cultura, pela bravura histórica, pela educação e pela nossa cultura, convido todos aqui que ainda não conhecem o Rio Grande para um dia andar por aquela terra, onde serão bem recebidos por um povo que se orgulha do seu Estado, do seu hino, ama o País e que tem e, acima de tudo, a virtude. Como diz o Hino Rio-grandense: 

Mas não basta pra ser livre
ser forte, aguerrido e bravo,
povo que não tem virtude
acaba por ser escravo.

Esta é a minha singela homenagem aos 176 anos da Revolução Farroupilha.
Viva a Semana Farroupilha!
Muito obrigado.

 

 

 

Gabinete do Deputado Federal Giovani Cherini
Gabinete em Brasília: Congresso Nacional - Anexo 3 - Gabinete nº 468 - Fone: (61) 3215-5468
Escritório em Porto Alegre: Rua General Câmara, 406, sala 104 - Fone: (51) 3286-1221