Senhor presidente,
Senhores e senhoras deputadas.
Hoje ocupo esta tribuna para destacar o VINTE de SETEMBRO, data em que o Rio Grande Inteiro comemora uma das suas maiores façanhas: A REVOLUÇÃO FARROUPILHA.
As comemorações da Revolução Farroupilha - o mais longo e um dos mais significativos movimentos de revoltas civis brasileiros, envolvendo em suas lutas os mais diversos segmentos sociais - relembra a Guerra dos Farrapos contra o Império, de 1835 a 1845. O Marco Inicial ocorreu no amanhecer de 20 de setembro de 1835. Naquele dia, liderando homens armados, Gomes Jardim e Onofre Pires entraram em Porto Alegre pela Ponte da Azenha.
A data e o fato ficaram registrados na história do rio-grandense como o início da Revolução Farroupilha. Nesse movimento revolucionário, que teve duração de cerca de dez anos e mostrava como pano de fundo os ideais liberais, federalistas e republicanos, foi proclamada a República Rio-Grandense, instalando-se na cidade de Piratini a sua capital.
O tema da SEMANA FARROUPILHA deste ano é “NOSSAS RIQUEZAS” e tem como objetivo fazer uma homenagem especial à mãe natureza, pelas maravilhas que fazem parte da diversidade natural formadoras da nossa paisagem geográfica, juntamente reconhecer as riquezas produzidas pelo povo sul-rio-grandense que, por sua formação cultural herdadas de suas origens étnicas criaram o cenário econômico do Rio Grande do Sul.
A Semana Farroupilha envolve praticamente todos os gaúchos do Rio Grande do Sul. Não existe um só município do Rio Grande, e olha que temos 497 municípios, que não pare durante a Semana Farroupilha para cultuar a nossa bela tradição. E não são só os tradicionalistas, CTGs e Piquetes se envolvem nas festividades. As escolas, instituições, entidades, ordens, empresas (até mesmo multinacionais) também aderem aos festejos.
A verdade é que as comemorações da Revolução Farroupilha, reacendem o orgulho gaúcho. Passados 176 anos o nosso território reafirma com júbilo e glória esse movimento épico. Por isso a minha decisão de homenagear a nossa história rio-grandense que é como dar vida ao passado e realçar os ideais farroupilhas.
Anualmente, desfilo a cavalo, na minha querida Soledade. Faço o ritual da maioria dos gaúchos, que no 20 de setembro saem às ruas, em todas as cidades gauchas para levar as cores da nossa bandeira nos desfiles cavalarianos.
A Semana Farroupilha surgiu da iniciativa de um grupo de estudantes, liderados a época por João Carlos D’Ávila Paixão Côrtes, em Porto Alegre, em 1947, para resgatar o patrimônio histórico e cultural do Rio Grande do Sul. Foi criado um centro de tradições gaúchas ligado ao Grêmio Estudantil da Escola Júlio de Castilhos, que programou o evento cívico Ronda Crioula, termo do linguajar campeiro oriundo das vigílias noturnas que os peões faziam quando tropeavam o gado. À meia-noite de sete de setembro de 1947, em um ato solene, antes de se extinguir o fogo simbólico da Semana da Pátria, uma centelha foi retirada para dar vida à Ronda Crioula, em exaltação às nossas tradições e à memória farroupilha.
Esse ritual se repete todos os anos, e dele também se originaram as inúmeras manifestações culturais que imortalizam o espírito farroupilha, como é o caso do Acampamento Farroupilha, que se realiza no Parque da Harmonia, em Porto Alegre. Este acampamento torna-se uma verdadeira cidade temática, tão importante que foi tombado no nosso estado, através de uma lei de minha autoria, como patrimônio histórico-cultural do Rio Grande do Sul.
Mas não é só na capital gaúcha que essas verdadeiras cidades temáticas são montadas. Os gaúchos espalhados por todo o planeta se reúnem em acampamentos ou Centro de Tradições Gaúchas para reviver os costumes, a tradição e o autêntico espírito gaúcho. Onde vive um gaúcho neste mundo de meu Deus, ele também está comemorando a Semana Farroupilha com o mesmo orgulho e respeito.
É importante salientar que esta organização deve-se, em muito ao Nosso Movimento Tradicionalista Gaúcho, dirigido pelo meu amigo Erival Bertolini.
Milhares de Centro de tradições gaúchas, espalhadas pelo Rio Grande, o Brasil e o mundo cultuam e preservam a nossa memória histórica.
Para minha alegria sou considerado Conselheiro Honorário do MTG, título recebido durante o 58º Congresso Tradicionalista, em Nova Petrópolis. Isso muito me orgulha porque o MTG é um dos maiores movimentos culturais, senão o maior, do mundo já que congrega de congregar mais de 1400 Entidades Tradicionalistas, legalmente constituídas, conhecidas por Centro de Tradições Gaúchas espalhadas no globo terrestre.
Com o intuito de demonstrar a todos os brasileiros a grandiosidade da história cultural que está imbuída no cerne do Movimento Tradicionalista Gaúcho – MTG, é que propus o Projeto de Lei nº 926/2011 que busca conferir a este legítimo representante da cultura gaúcha o reconhecimento de Patrimônio Histórico e Cultural do Brasil.
Também lancei, por ocasião da Semana Farroupilha do ano passado, a Coleção Símbolos do Rio Grande do Sul, os com os oitos símbolos oficiais, todos criados por lei. São eles: a árvore é a erva-mate (lei7.439/1980); a bebida é o chimarrão (lei 11.929/03; a ave é o quero-quero (lei7.418/1980); a flor é o brinco-de-princesa (decreto 38.400/98); o animal é o cavalo crioulo (lei 11.826/02); a planta medicinal é a marcela (lei 11.858/02);a escultura é a estátua do laçador (lei 12.992) e o instrumento musical é a gaita (lei nº 13.513).
Esta Coleção vem sendo atualizada e relançada a cada ano servindo de instrumento de preservação da cultura gaúcha. Para minha alegria, dois símbolos da referida Coleção – Chimarrão e laçador – são leis de minha autoria na Assembleia Legislativa gaúcha.
Pela Semana Farroupilha, pela nossa cultura, pela bravura histórica, pela educação e a nossa cultura convido todos aqui que ainda não conhecem o Rio Grande para um dia andar por aquelas terras – ONDE SERÃO BEM RECEBIDOS por um povo que se orgulhado seu estado, do seu hino, ama o país e que tem, acima de tudo VIRTUDE. Pois, como diz o Hino Rio-grandense:
Mas nãobasta pra ser livre
Ser forte, aguerrido e bravo,
povo que não tem virtude
acaba por ser escravo..
Esta é a minha singela homenagem aos 176 anos da Revolução Farroupilha.
Viva a Semana Farroupilha!