A PARTICIPAÇÃO DA MULHER NA POLÍTICA
Por: Adriane Cerini – Presidente do PR Mulher do RS
O Partido da República do Rio Grande do Sul está fazendo na prática o que, para muitos, é só teoria e fica só no discurso. Montou o novo diretório estadual do PR/RS, composto por 50% homens e 50% mulheres. O diretório municipal de Porto Alegre seguiu o mesmo critério e a criação de novas comissões provisórias seguirão, rigorosamente, esta orientação. A iniciativa do partido vem ao encontro da campanha Mulher na Política, lançada pelo Tribunal Superior Eleitoral, para estimular a participação feminina nas eleições municipais. A mulher não pode ser lembrada apenas no período eleitoral. Ela precisa participar ativamente da vida partidária, em condições igualitárias, podendo se manifestar, impositivamente, como militante e dirigente. Se formos olhar no retrovisor da história, veremos que a mulher sempre enfrentou dificuldades para participar da política. Devemos muito a Alzira Soriano, primeira mulher a ocupar um cargo eletivo, em 1928, no Rio Grande do Norte, pelo então Partido Republicano. Em 1933, Carlota Pereira foi a primeira mulher a ser eleita deputada federal e Eunice Michiles foi a primeira senadora, assumindo o cargo como primeira suplente do senador João Bosco de Lima, já no final da década de 70. Já na década de 80, Maria Esther foi a primeira ministra no Brasil. Esta é a breve história do que podemos relatar até a década de 80, sem esquecer que o direito do voto feminino foi obtido em 1932, porém era restrito apenas a mulheres casadas e com autorização do marido. Nos tempos que correm, notamos que a participação da mulher aumentou, porém, ainda está muito aquém em relação a uma participação mais efetiva da mulher na política. Na eleição de 2012, do total de eleitos, 8.287 foram mulheres, representando 13,19%. Ao todo, foram eleitas 657 prefeitas, que correspondem a 11,84% do total das 5.568 vagas, e 7.630 vereadoras, o que equivale a 13,32% dos eleitos. Em relação a eleição de 2016, do total de candidatos, 31,74% são do sexo feminino. Na disputa para os cargos de vereador, em todo o país, essa proporção é um pouco maior: 32,93% são candidatas. Na disputa majoritária (para prefeito), 12,66% dos candidatos são do sexo feminino. Apesar do crescimento na participação feminina no cenário político brasileiro, as mulheres ainda ocupam, hoje, baixos percentuais de vagas nos cargos eletivos no Brasil. Atualmente, somente 10% do total de prefeitos são mulheres e apenas 12% vereadoras. Na Câmara dos Deputados, as mulheres ocupam apenas 44 cadeiras das 513 existentes. No Senado, elas são 13 entre 81 vagas. Em embora sejam metade da população e da força de trabalho na economia, a participação na política ainda deixa muito a desejar. Vamos mudar este panorama!