Deus está na totalidade

Artigo Deus está na totalidade


Deus, Ciência, Criacionismo, Evolucionismo e Religião são temas cada vez mais recorrentes, controversos e complexos. Sob estes imensos pálios, acirram-se discussões as mais amplas, todas, entretanto, girando em torno dos mesmos questionamentos, que há milhares de anos desafiam os seres humanos neste planeta: Quem somos? Para que existimos? De onde viemos e para onde vamos? Na verdade, é na desesperada caça a respostas a estas perguntas que as mentes têm gerado toda sorte de respostas, muitas delas enfeixadas sob imensos painéis a que podemos chamar de “ciência”, ou de “religião”, ou de “teoria”.

De minha parte, coloco-me humildemente atento, aberto e sensível a qualquer manifestação, mantendo alerta meu livre arbítrio, mas, especialmente, minha capacidade de captação, de sensibilização, de intuição. Prefiro mais “sentir” do que “pensar”, “imaginar” do que “analisar”. Mais “ouvir” do que “falar”, mais “observar” do que “engolir”. Como o grande Deepak Chopra, acredito num mago dentro de cada um de nós. E deixá-lo falar e agir pode ser o caminho melhor.

Melhor para quê, afinal? Ora, o que buscamos, mesmo, é sermos reconhecidos, qualificados, amados, felizes, enfim. Acredito que é para isso que fomos feitos, e que esta trajetória terrena é um milagre de oportunidades, de possibilidades. Como Einstein, me espanto com a grandiosidade da vida. E, nesse sentido, sou muito religioso.

Creio na Vida, no Amor, procuro pensar, sentir e agir biocentricamente, ou seja, buscando ter a vida como centro e referência de tudo. Quando me percebo fascinado pela grandiosidade, complexidade, beleza e generosidade do Universo – desde a mais extraordinária galáxia, até o mais sutil sistema de filtragem do sangue, no recôndito do rim de um animal – me percebo mais feliz, mais alegre, mais ético, mais confiante, mais generoso.

Se Deus existe? Bem, de que “deus” falamos? Prefiro, como Rolando Toro, dar-me conta da “essência divina”, que há em cada vivente, em cada átomo, em cada nebulosa e, principalmente, dentro de mim e de meus semelhantes. Como o grande poeta, psicólogo e antropólogo chileno, penso que Deus é uma vivência, não uma presença. E que é urgente a tarefa de buscá-lo de volta para dentro de nós, nós que há séculos o arrancamos das rochas, dos pássaros, das lavouras e das águas e o colocamos longe, e acima, e invisível, e todo poderoso e juiz e vingador!

Quem sabe com Deus de volta ao nosso leito, ao nosso  prazer, ao nosso alimento, às nossas árvores, aos nossos animais, e a nós mesmos, crianças, jovens, homens, mulheres e velhos – quem sabe não seria mais fácil, bem mais, fácil “cumprir a vida”, como cantam Almir Sater e Renato Teixeira? Pois, “é impossível não se amar o que se vê por dentro” (Toro, de novo), e perceber a essência divina dentro de cada ser e cada coisa deixa impossível não ser ecológico, ético, sensível e amoroso – ou seja, criador/criatura/protetor da vida!

Gosto, pois, de afastar qualquer ideia preconcebida de Deus, muito especialmente a de um deus personificado, de um deus que precisa de ritos e de pessoas eleitas para se manifestar e, mais, que até precisa ser agradado! E escolho entregar-me à idéia de que a vida, qualquer forma de vida, tem luz própria, e que a essência divina – ou Deus! – se manifesta no homem, na medida em que ele se vincula com a Vida, se vinculando com a essência de toda a Natureza, de todas as coisas, sentindo-se parte da Totalidade!

 

Este artigo é parte do livro Kokhmahá Sabedoria, mensagens que elevam, de Giovani Cherini.

 

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  1. Se Deus existe? Bem, de que “deus” falamos? Prefiro, como Rolando Toro, dar-me conta da “essência divina”, que há em cada vivente, em cada átomo, em cada nebulosa e, principalmente, dentro de mim e de meus semelhantesSe Deus existe? Bem, de que “deus” falamos? Prefiro, como Rolando Toro, dar-me conta da “essência divina”, que há em cada vivente, em cada átomo, em cada nebulosa e, principalmente, dentro de mim e de meus semelhantes."

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