Próxima reunião será segunda-feira, 18, em Porto Alegre
Na reunião da Bancada Gaúcha no Congresso Nacional ocorrida na tarde desta terça-feira, 12, na Câmara dos Deputados, foi debatida a crise na área da saúde no Rio Grande do Sul e a situação da Santa Casa de Porto Alegre e demais hospitais do Estado. Após aproximadamente três horas de debates e participação de 23 parlamentares, ficou definido que a bancada irá auxiliar na articulação da busca por recursos. “Confirmamos com o governador José Ivo Sartori e o prefeito José Fortunati a realização de uma reunião na próxima segunda-feira, 18, em Porto Alegre. A partir daí, vamos atuar conjuntamente para acertar uma agenda em Brasília com vice-presidente da República, Michel Temer, presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha, ministro da Fazenda Joaquim Levy e ministro da Saúde Arthur Chioro”, disse o coordenador da bancada, deputado Giovani Cherini (PDT/RS).
Se não houver uma reviravolta na atual situação de repasse de recursos para a Santa Casa de Porto Alegre, haverá redução no atendimento aos pacientes do Sistema Único de Saúde – SUS – a partir do próximo mês. Os números indicam corte em 118 leitos hospitalares, 4.312 internações, mais de 50 mil consultas eletivas, 3.318 atendimentos no pronto atendimento, 3.387 procedimentos cirúrgicos e 375.526 serviços de diagnóstico e tratamento. Giovani Cherini ressalta que, conforme o diretor geral da Santa Casa, Júlio Dornelles de Matos, as reduções são tentativas de reequilibrar as dívidas depois de corte do governo do Estado de R$ 500 milhões.
Em seu relato, o secretário estadual da Saúde, João Gabardo, disse que o governo está fazendo todo o esforço para honrar seus compromissos e afirmou que os repasses estão rigorosamente em dia desde dezembro de 2014. Ele ponderou, também, que não considera o SUS um prejuízo e planos privados alternativas que dão lucro. “Quando se compra equipamento de alto custo, são pacientes do SUS e dos planos que utilizam”, exemplificou. Além disso, Gabardo relatou que as Santas Casas receberam incentivo do governo de R$ 1, 2 bilhão em 2014.
Dadas essas circunstâncias no quadro da saúde no Estado, a crise se estende aos outros hospitais de vários municípios gaúchos. Com recursos comprometidos em 70% do orçamento para as Santas Casas, Hospitais Beneficentes, Religiosos e Filantrópicos, as prefeituras recebem 15% do valor orçado sendo o restante para gestão da secretaria. “As prefeituras trabalham no seu limite e ainda auxiliam na sustentação dos hospitais. É um período delicado e que precisamos reverter”, definiu Giovani Cherini.
Também estiveram no encontro o provedor da Santa Casa, Alfredo Englert; o diretor médico do Hospital Dom Vicente Scherer, José Camargo e diretor médico do Hospital São Francisco, Fernando Lucchese.